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sábado, maio 30

The Dying Swan - Soraya Portela



Thanks to
Sergio Matos, Cipo Alvarenga, Hudson Melo, Klaytom Amorim.

ACAO VIRAL






5000 adesivos para serem distribuidos e colados nos seus
ITENS DE PRIMEIRA NECESSIDADE.

Rogerio Ortiz




O fotografo Rogerio Ortiz tem sido um dos meus mais presentes colaboradores, transformando ideias em imagens, no sentido de estabelecer uma relacao de corporidade com o conceito (aberto e em andamento) do Itens de Primeira Necessidade.

Rogério Ortiz atua na área de corpo-mídia, pelas vias do audiovisual e fotografia de moda desde 2001 (editorias de moda para vogue, semana de moda , revista Junior, fashion Week, campanha publicitária de cerveja Itaipava, campanha do estilista João Pimenta, Catalogo do estilista Robert Dognani e fotografia de dança desde 2007(fotografias para Jornal Folha de são Paulo, Imagem do Festival contemporâneo de Dança de São Paulo, trabalhos com as companhias Cia 04 (Espetaculo Influências), Associação Desaba(Show sobre o que a gente vê, plano B, Eletro Quimicos Baby, Tombo),Sheila Areas - espetaculo Cornelia Boom, Maravilhosa com Josie Cáceres e Federica Folco, Adriana Banana (kronos Material),Vera Sala ( pequenas mortes – Procedimento dois, e pequenos fragmentos de mortes invisíveis , vídeos e fotografias) Lilian Shaw, Festival Panorama ( fotografias do espetáculo Mono, Marcelo Evelin, Jacob e Cipó).

Foi modelo nacional e internacional no período de 1992 a 2002 onde fez diversos trabalhos de desfiles Nacionais ; Jum Nakao, Alexandre Herchcovitch, Ronaldo Fraga, Lino Vilaventura, Cavaleira, Ellus, Joop, Zapping, Forum, Triton, Iodice, Company, Yes Brazil, Claudio Gomes, Ricardo Almeida, Será o Benedito, Blue Man; Internacionais: Jean Paul Gaultier, Missoni, Etro, mediterranea, Krizia, Biblos, Romeo Gigli, Paul Smith, Dirk Bikkembergs,Vivianne Westwood, Fusco/Rocco Barocco, campanhas publicitárias de mídia impressa e de vídeo( Asiscs, Bavaria, Kellogs, Colgate, C&A, Calsberg, Benetton . trabalhando com pesquisa de elenco de rua (streetCasting) pra filme publicitários, curta metragem e longa metragem. Trabalhou para os diretores Kao Hamburguer, Nando olival, Rodrigo, Cristiano Metri, Caito Ortiz, Marcos Menescal, entre outros.

Produtoras de cinema para quem presta serviços:

O2 filmes, Paradiso Films, Conspiração, Dinamo Filmes, Margarida Flores e Filmes, Prodigo, Gandaia Filmes, Mixer films.
Cursos Audiovisuais: Cubase SX (edição de audio), Premiere Pro (edição de video), Photoshop (tratamento de imagem), Encore (autoraçãod e DVD), After Effects (animação de imagem).


Alexandre Santos na Vila Paris




Soraya Portela no Morro do Urubu




Marcelo Evelin no Viaduto Santa Ifigenia


Matthias Herrmann




Em abril deste ano, trabalhei alguns dias em Berlim com o jovem filosofo francês Matthias Herrmann. Matthias não e’ exatamente um filosofo francês reconhecido e famoso, não um filosofo como o termo “francês” vindo antes da palavra “filosofo”, poderia lhes fazer imaginar.

Matthias e’ um jovem de 22 anos recém formado em filosofia na universidade de Montpellier-Franca e atualmente fazendo mestrado na universidade de Berlim-Alemanha. Um filosofo do corpo, interessado na filosofia feita na carne. Descobriu o movimento do corpo em espetáculos de dança contemporânea, passou a ver todos os espetáculos de dança contemporânea que lhe atravessavam o caminho, a ler e escrever sobre dança, chegando ate a tomar aulas para aprofundar a sua nova descoberta. Tornou-se um (mais um) apaixonado, viciado por dança.

Trocamos vários emails falando da pesquisa do Itens de Primeira Necessidade, antes de nos encontrarmos em Berlim para uma serie de conversas e para finalmente trabalharmos juntos no estúdio, eu dançando, ele filosofando a respeito.

Transcrevo aqui algumas notas e algumas imagens desses encontros:


Nietzsche

Homem social
Homem da língua
Homem que recusa o combate
Arte fora da comunicação


Foucault

Homem individual
Homem do corpo
Homem que ataca
Homem do instante

A consciência ganhou o poder.
A consciência reprime o corpo mas come o corpo, e’ incorporada.
A consciência e’ a mestra do corpo.


Marx

O homem esta morto.
Esse homem (de hoje) e’ uma invenção do capitalismo.


Sócrates

A razão se opõem ao corpo.


Tudo aparece ao mesmo tempo no corpo.
As palavras são múmias, são feitas para serem imortais.
O corpo e’ a única palavra onde ha uma realidade física.

Se o corpo fosse um espaço de luta quais seriam as armas do corpo?

O olhos – arma da subversão
Os dentes
Os ouvidos – arma de antecipação
As mãos
Os pés
O nariz
O pau – contato e intrusão

SURRENDER
Deixar todas as armas no chão

O corpo se adapta a outras armas, outras maneiras de violar, de penetrar.


Se o corpo fosse um Front, como seria?




Seria um corpo de costas, de dorso.
As costas e’ o lugar menos abrigado, mais aberto, o lugar para ser violado.
As costas e’ a entrada para os homossexuais.


Foucault

As costas e’ o lugar que você próprio não conhece bem, , porque vê mal no espelho. Você começa a conhecer as próprias costas quando encontra o outro.

A posição de costas quebra a relação de desigualdade entre os homens.


A luta se constrói sobre uma relação problemática.
Se você abandona a luta eu tenho que, mesmo sem querer, abandona-la também.





sexta-feira, maio 29

PAU-DE-ARARA



Pau-de-arara
é um método de tortura que foi muito utilizado no Brasil, principalmente no período da ditadura militar, nos conhecidos Anos de chumbo.

Descrição

Consiste numa barra de ferro que é atravessada entre os punhos amarrados e a dobra do joelho, sendo o “conjunto” colocado entre duas mesas, ficando o cor­po do torturado pendurado a cerca de 20 ou 30 centímetros do solo. Este método quase nunca é utilizado isoladamente, seus “com­plementos” normais são eletrochoques, a palmatória e o afo­gamento. Usualmente era uma estrutura metálica desmon­tável, constituída de dois triângulos de tubo gal­vanizado em que um dos vértices possuía duas meias-luas em que eram apoiados e que, por sua vez, era introduzida debaixo de seus joelhos e entre as suas mãos que eram amarradas e levadas até os joelhos. Este método quase nunca é utilizado isoladamente, seus “com­plementos” normais são eletrochoques, a palmatória e o afo­gamento.



Reza o artigo 59 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada pelo Brasil: Ninguém será submetido à tortura, nem a tra­tamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

Em vinte anos de Regime Militar, este princípio foi ignorado pelas autoridades brasileiras. A pesquisa revelou quase uma cente­na de modos diferentes de tortura, mediante agressão física, pressão psicológica e utilização dos mais variados instrumentos, aplicados aos presos políticos brasileiros. A documentação processual recolhida revela com riqueza de detalhes essa ação criminosa exercida sob auspício do Estado. Os depoimentos aqui parcialmente transcritos demonstram os principais modos e instrumentos de tortura adota­dos pela repressão no Brasil.



Um telegrama do cônsul americano Frederic Chapin, em 1973 diz: “O interrogatório de presos políticos é freqüentemente acompanhado de tortura, isto é, pau-de-arara, choques elétricos, fome etc”.

Os rapazes do Esquadrão da Morte introduziram no DEOPS as várias técnicas de torturas que já eram largamente empregadas contra os presos comuns. Algumas dessas técnicas:

Cadeira ou trono do dragão Amarra-se a pessoa numa cadeira com muitos eéltrodos.Com o corpo molhado,a intensidade dos choques torna-se mais forte.

Clister elétrico Descargas elétricas na região coccígea que provocam relaxamento dos esfíncteres

Corredor polonês Passagem forçada entre duas alas de torturadores que golpeiam a vítima

Ferrinhos Ferros que são enfiados sob as unhas

Galeto Vítima pendurada no pau-de-arara debaixo da qual se acende um fogo

Hidráulica Ingestão forçada de grandes quantidades de água

Latinhas Latas com as bordas cortantes sobre as quais a vítima é obrigada a ficar com os pés descalços até que as bordas penetrem na carne

Manivela Aparelho para choques elétricos, manobrado à manivela

Mesa elástica Mesa de tortura móvel e prolongável

Mesa operatória Mesa de tortura

Hóstia sagrada Descargas elétricas sobre a língua

Palmatória Instrumento de madeira, em geral furado, com o qual é golpeada a vítima

Pau-de-arara Pau que é enfiado debaixo dos joelhos dobrados da vítima, que passa entre os braços com os pulsos amarrados entre eles. A vítima é depois pendurada no pau apoiado em dois cavaletes

Roleta russa Revólver carregado somente com uma bala., com o qual se atira às cegas sobre a vítima

Submarino Imersão forçada e afogamento parcial

Telefone Golpes com a mão côncava nas orelhas para provocar a ruptura da membrana do tímpano

CORPO NU


O corpo nu como metafora fisica da vida nua.
O estado do nascimento e o da morte.
O senso de privacidade, de completo despojamento, a capacidade de se ser so carne.
O fator igualitario, de ser nada mais do que e’ o outro, apenas separado pela condicao de genero, o que o torna ainda mais complexo nessa situacao de ser um ou outro.

Perguntei recentemente a coreógrafa Lia Rodrigues o porque de corpos nus em suas obras. Ela me disse que a nudez virou figurino, uma maneira de se vestir para os movimentos, gestos e acoes de suas obras. O corpo nu no trabalho de Lia, tem uma pungencia e uma adaptabilidade ao espaco e ao outro que me impressiona.

Talvez o corpo nu seja a apresentacao desconstruida da forca e da fragilidade do ser humano. Talvez seja a utopia maxima, escancarada sem disfarces frente a uma total incompreensao de nos mesmos.

Para mim o corpo nu se afasta completamente da ideia equivocada de “pureza”, pelo contrario, e’ no corpo nu que esta vestido o sujeito, o individuo em sua forma essencial de ser gente.

Fatwa proíbe relações sexuais com o corpo nu, no Egipto

Origem: Wikinotícias, a fonte de notícias livre.

Edição actual (não-analisada)
19 de Janeiro de 2006

Um decreto religioso islâmico ou (fatwa) proíbe os casais egípcios de ter relações intimas nus. Os defensores do decreto consideram que ter relações sexuais com o corpo nu é contra os ensinamentos do Corão e do profeta Maomé.
O clérigo (xeque) Rashar Hassan Kahlil, ex-reitor da Faculdade de Ciências Islâmicas da Universidade de al-Azhar, no Cairo (um dos centros de estudos mais prestigiosos do do Islã sunita), declara que só o acto de "fazer amor completamente nu apaga todas as luzes do matrimônio".

Alguns especialistas, mesmo aparentando não estar completamente de acordo com o decreto, reconheceram certas virtudes no decreto religioso. Abdallah Megawe, chefe do comitê de fatwas de Al-Azhar, considera que, ainda que os esposos possam ver-se nus, em nenhum momento devem olhar de forma direta para os genitais um do outro.
Por sua vez, Soad Saleh, diretora do departamento feminino de estudos islâmicos na mesma universidade, não considera que o matrimônico deva ser invalidado por causa disso, mas acredita que manter relações sexuais sem roupa "não é recomendável conforme as boas maneiras e o exemplo dado pelo Profeta".

NOTAS DE RODAPE







“So se constroi conhecimento a partir de necessidades especificas “.
(Helena Katz)

TRA
O nao lugar
O entre
Publico e privado
Homem e mulher
Mobilidade e imobilidade
Nativo e estrangeiro

Procurar outros formatos, outras maneiras de organizar o corpo que danca. Na complexidade e multiplicidade dos sentidos que sao gerados nele.

TRA
Entre objetos que direcionam o nosso sentido de existencia.
Entre o objeto que se humaniza,
E o humano objetivado.

Parte da premissa Brasil X Europa:
De que nao somos o que os outros querem que sejamos e nem o que esperam de nos.

Estados que permanecem:
O emigrado, o desenraizado, o do nao lugar.

Identidades do entre:
O corpo que esta entre o ser e o fazer,
Entre margens.
Objetos criando meios, entres, distancias que isolam e resignificam os corpos.

Entre o sul e o norte,
nas linhas de abismo implicitas.

Buscar um formato e maneiras de apresentacao que proponham o experienciavel por vias autonomas de percepcao.

Corpos em vias de se tornar lixo, de serem descartados e resistir ao tempo numa lateralidade institucionalizada.

INUTIL
Vida inutil
E outras alegorias.

Quando as fronteiras se desfazem e nao estamos em nenhum lado do territorio.

Quase gestos, quase palavras.
O corpo sem significado
O cadaver em pe,
mobilidade opaca.

Discutir o corpo na sociedade.
Tornar perceptivel as tramas de nossas relacoes com as coisas do mundo.

Que acoes e gestos nos definem como homens e mulheres hoje no terreno economico-social-politico de um mundo globalizado?

E que possibilidade tem a arte de organizar esses sentidos atraves de acoes e gestos?

O entre das reorganizacoes de objetos, e o corpo reorganizado entre eles e por eles.

O morto-vivo, o que ja nao pertence.

Usar como metafora o nao pertencimento, cut-out de si mesmo, sombra de si mesmo.

Corpo despedido, destituido.
Shavasana.

Corpo que perambula, se arrasta, corpo em controle remoto.

Questoes de pos-colonialismo implicito, violencia desfigurada, fronteiras movies e a solidao do nao pertencimento.

Habitante de lugar nenhum, diametralmente oposto ao reconhecivel, ao adaptado, a uma funcionalidade humana.

1- pesquisa de conteudo
2- pesquisa de fisicalidade
3- pesquisa de linguagem e formato

Dislocando as disposicoes de um poder global.

Textos corporais, de acoes, discursos que se rearranjam em deslocamentos.

Poder e Vida – contexto da contemporaneidade.

Mecanismos de modulacao da existencia.

Cadaver ambulante. O desistido.

figuras = figuren

Silhuetas

Entre vida e morte, entre humano e inumano, o sobrevivente.

O biopoder contemporaneo cria sobreviventes e produz a sobrevida.

Neo-Mortos

Estado de sobrevida biologica

Reduzir o homem a uma dimensao residual.

Vida sem forma, vida nua, “maquina biologica desprovida de sensibilidade e excitabilidade nervosa”.

A subjetividade do individuo foi reduzida ao corpo.
O eu e’ o corpo.

O corpo da fabrica, do exercito, da escola. O corpo da danca codificada, corpo-pacote de informacoes, um reservatorio genetico, um individual estatistico.

Zumbis pos-modernos
Corpo esvaziado, desertado
Forma de vida desqualificada

Nao “o que se pode fazer com o corpo”.
Sim “o que pode o corpo”.

Corpo= afectibilidade, fluxo,vibracao, intensidade a beira do intoleravel.

O entre tem o carater de resistencia e contemplacao, necessidade potencializada em desejo de desvinculacao.

“quando o poder inverte a vida”.
(Peter Pal Pelbart)

Estado de excecao.

Subtraidos da esfera do direito humano.

Lugar do sentido inscrito e simbolizado.

quinta-feira, maio 28

CORRELAÇÕES

REGINE RACK




Recentemente a teorica Fabiana Dutra Britto trouxe em um bate papo na galeria Olido, a ideia de correlacao, propondo de certa forma, a substituicao da ideia de influencia sofrida por um artista.

Ela pontuou que a relacao estabelecida por um artista com outros e/ou outras obras, trata-se de correlacao, ou seja, uma especie de “reconhecimento” de elementos (conceitos, procedimentos, esteticas) que estejam presentes em outras obras, e que se “reconhecem” na obra de um determinado artista.

Explicou que o processo e’ mais complexo do que simplesmente se deixar influenciar ou assumir uma influencia, que tudo esta em relacao em diferentes niveis, o que vem a ser correlacao.


KYLE BEAN





JARED STEFFENSEN




BEEFACTORY







Um corpo que nao esta ou esta demasiado.
Descriminar e' intolerável. E Ilegal.

DESIREE PALMEN







Um corpo que nao e' corpo, que e' um enchimento de um corpo, um preenchimento vazio.
Um corpo que cumpre o papel de um corpo, o de ser corpo para outro corpo.
O ausencia do inimigo, o vizinho dele.

Um corpo que e' o espaco que ocupa, ocupado por ele.
Um corpo que se descobre modificando o entorno, e nao apenas modificado dele.

SARAH ILLENBERGER






Cabeca, Tronco e Membros.
Orgaos de Trico, cactus falicos, viagra e baloes.
Os objetos entre meu corpo e o teu.

CORRIETTE SCHOENAERTS.




O mapa da America do Sul e o mapa da Europa feito de roupas e sapatos.
Corriette Schoenaerts.
A territorializacao tangivel do corpo, continentes de indagacoes, a pessoalizacao dele, em um intimo campo politico de implicacoes multiplas.
Fotografia de moda, a ausencia do corpo na mercantilizacao que se faz dele.
O entorno, saido do banal de uma vida (quase) nua, restos do espaco de uma existencia comum.