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sexta-feira, março 13

Gigante pela Propria Natureza



Dias Sabaticos.
De volta ao Brasil, ceu azul, chuva dos tropicos, rede verde na varanda.
Esperando a burocracia se resolver, o (des)interesse se legitimar, o correto prevalecer.

E nao era o Jorge Albuquerque que dizia carinhosamente " Temos que passar pela estetica para se chegar a Etica" ?
A estetica passa longe daqui, mas persegue-se uma etica carnavalesca, folclorica, etica de fundo de quintal.

O que mais me impressiona no Brasil e' a diferenca de valor entre o rico e o pobre.
Um pode, o outro nao, e parece um acordo tacito, silencioso, ninguem questiona mais.
Sao duas condicoes distintas, uma se impondo sobre a outra, uma dando sentido (?) a outra.
O rico e' rico, o pobre pobre, e nem tem tanto a ver com o dinheiro que se tem.
Mas tem a ver com a educacao, e a cultura que emancipa qualquer um.

Tristes Tropicos, ja detonava sabiamente Levi-Strauss.

Uma vez esperava uma van num lobby de hotel em algum lugar do Brasil, e folheando um jornal, li a seguinte formulacao:
"No Brasil pra voce se dar bem tem que ser homem, rico e branco".
O valor agregado a um genero, uma cor, e a essa condicao vergonhosa de se ter que ser rico (ou fazer de tudo para parecer).
Que meda!

Triste Bahia, nos versos de Cae, tomado emprestado por Josh S. para a trilha de "Self-Service" e mais tarde por Luis de Abreu, que fez ressoar repetitivamente dezenas de vezes entre as paredes do mesmo Teatro Castro Alves em Salvador, no espetaculo "Maquina de Desgastar Gente".

Triste Brazuca, gigante pela propria natureza, impávido colosso, mas triste pra caralho.

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