Pesquisa > Itens de Primeira Necessidade > Corpo Sitiado > A Luta > Questão Equacionada no Corpo > Keep It Real

sábado, fevereiro 28

Gente Jogada no Lixo










segunda-feira, fevereiro 23

Qual e' a Questao?

A Questão Formulada,
Apontada como Questão,
Equacionada no e pelo Corpo.

A Questão trazida para o Corpo,
Discutida nele e atraves dele,
nas Implicações desse Corpo em Questão.
.




domingo, fevereiro 22

A Luta



sábado, fevereiro 21

Alguma Coisa Crua




In search of a contemporary spectacle

This year’s theme is ‘the search for contemporary spectacle’. Today more than ever before, dance and performance artists are not only creating a stir with strong concepts, but also going in search of surprising – and often very physical – ways of communicating with audiences. This work demonstrates even greater openness towards the audience, while at the same time raising questions about ossified conventions, traditions and beliefs. Every performance selected for the festival relates to the theme of the ‘spectacular’ in its own, unique way. Most of the productions are Dutch premieres, and a number of performances have even been produced specially for the festival.

On the last afternoon of the Something Raw festival, the possibility and impossibility of ‘the spectacular’ will be examined. Lectures, discussions, and artistic interventions will provide an all-round view of a topic that, in the decades following Guy Debord’s La Société du Spectacle, gave rise to a certain amount of mistrust among (theatre) artists. What can the term spectacle still mean, as an artistic and critical starting point now, while we find ourselves in a full-blown ‘spectacle society’? Do we dare to use the spectacular, of which the powers dominate our (cultural) economy, as a means to achieve subtle yet direct communication between performer and audience? Can first-line forms of communication harbour any critical potential whatsoever, or are they doomed to remain on the surface and not penetrate any deeper? And how has the ‘spectacular’ been defined in past centuries?

This afternoon a spectacular set of practitioners, scholars and critics will set off – together with a curious audience – in search of different ways to grasp a contemporary understanding of spectacle while exploring connections between scholarship and theatre practice, emotion and thought, history and present.

quarta-feira, fevereiro 18



segunda-feira, fevereiro 16

Ponto de Cultura



photo : Klaytom Amorim

La acupuntura (del lat. acus, aguja (sustantivo), y pungere, punción (verbo)) es una técnica de medicina tradicional china que trata de la inserción y la manipulación de agujas en el cuerpo con el objetivo de restaurar la salud y el bienestar en el paciente. Los acupuntores utilizan ampliamente esta técnica para el tratamiento del dolor. La definición y la caracterización de estos puntos está estandardizada actualmente por la Organización Mundial de la Salud (OMS) mediante una nomenclatura estandarizada[1] que agrupa a las grandes tradiciones de la acupuntura, aunque no se corresponde completamente con un sólo patrón de puntos tradicional.

La acupuntura es originaria de China y es posiblemente la práctica más comúnmente asociada con la medicina tradicional china aunque diversos tipos de acupuntura (japonesa, coreana, y la acupuntura china clásica) se practican y se enseñan actualmente en todo el mundo. De acuerdo con la concepción china, la energía vital (ch'í, o qui) fluye por el cuerpo a lo largo de meridianos, canales o vías de comunicación, llamados en chino king. El número de king ordinarios es correlativo al de los doce órganos, más los dos vasos extraordinarios permanentes: el de la concepción (en la línea media corporal frontal), y el vaso gobernador (en la línea media corporal dorsal), además de los llamados extraordinarios.

En total, la medicina tradicional china identifica doce canales o vias de comunicación principales que se corresponden con los órganos vitales del cuerpo humano: pulmones, intestino grueso, intestino delgado, bazo-páncreas, corazón, riñones, vejiga, sistema cardiovascular, vesícula biliar, hígado, vaso de la concepción, vaso gobernante y triple calentador.

La medicina tradicional china distingue órganos de vísceras: los órganos difieren de las vísceras por el hecho de que la ablación o lesión masiva de las vísceras no provoca el inmediato deceso, mientras que la ablación o lesión masiva de los clasificados como órganos implica la casi inmediata muerte del individuo; de tal modo el corazón está clasificado como órgano, y el estómago como víscera.

Mediante la inserción de finas agujas en puntos específicos o resonadores (llamados en chino xue) de cada meridiano se equilibra la energía trastornada en el órgano que lo rige. El trastorno puede producirse por la incidencia tanto de factores externos como internos que pueden desembocar en enfermedades. La teoría tradicional china considera que la enfermedad es un desequilibrio de las dos modalidades de la citada ch'í: la modalidad yin, y la modalidad yang (vea yin-yang); la operatoria sobre los puntos acupunturales intenta reequilibrar la energía, ya sea estimulando en los puntos, o -por el contrario- produciendo depresión en estos.

Los expertos en acupuntura utilizan la pulsología como método de diagnosis: de acuerdo a este sistema, cada órgano y cada víscera tendría una pulsación específica en tres modalidades (superficial, media y profunda).

domingo, fevereiro 15

5 Weeks Mime School

















Hold.

Attack.

Fold and Unfolding.

Resistance.

Space and Place.

Dj Dolores e Tom Ze.

circle with jump.

Yoga.

Doing what the body wants.

Doing the opposite of what the body wants.

CsO

Scanning the body

Catástrofe.

The middle, The Between

Dressing the body

To scape the body

Trash bags - met trekkenbanden

To choose.

To decide.

Movments as a way to generate ideas,

to construct and share meanings,

to acess the concepts of what we want to do.

quarta-feira, fevereiro 11

Arte Na RuA









A cidade de Berlim esta totalmente ocupada por uma arte anônima de grande impacto visual. O que se conhece por Street Art toma a li uma proporção enorme, não apenas pela quantidade e diversidade das intervenções, ou pela sofisticação estética das mesmas, mas por estar realmente inserida em todos os lugares, absorvida pela paisagem e mudando radicalmente o aspecto urbano da cidade.

As ruas, tapumes, entradas de prédios e toda a sua fachada, portas e portões, postes, cabines telefônicas, placas de ruas, vitrines de lojas, depósitos de lixo, estações de metro e ônibus, tudo serve de superfície para intervenções gráficas, colagens e pinturas coloridas as vezes de muita precisão técnica, mas sempre com uma ironia e um humor manifestado como posicionamento político-poetico.

Berlim e’ um grande Black book, um cadernos de rabiscos de uma cidade cosmopolita que a pouco mais de meio século foi palco de uma das mais ferrenhas ocupações da Historia do Mundo, num espetáculo cruel e perverso, protagonizado pela humanidade.

LOVE ART HATE COPS. NEO PUNK. VOLKS LUXUS.

A grafia desses signos na sobreposição de camadas desse palimpsesto urbano, são palavras de ordem, senhas de entrada, marcas de resistência visíveis, palpáveis, como a expansão de uma ocupação outra, mais sensível e mais lúcida, exteriorizada e reafirmada solenemente.

terça-feira, fevereiro 10

Kanibalismus






Capitalismo
E' Fatal - Em Todo Lugar, Todo Dia

www.fau.org

Quais Sao Seus Itens de Primeira Necessidade
?

segunda-feira, fevereiro 9

MauerFall















Visitei Berlim pela primeira vez nos anos 80, quando a cidade ainda era dividida pelo famoso muro de berlim, que eu tinha curiosidade de conhecer, mas não tinha idéia da dimensão daquela parede cinza cortando a cidade em extensões irregulares. O muro fora construído abrindo (ou fechando?) espaço entre ruas desorganizadamente, formando becos não planejados, ou ao longo do rio spree, que servia como uma proteção a mais entre o que era Berlim Ocidental e Berlim Oriental, desde do final da segunda guerra.
O muro era vigiado e tinha um aspecto soturno e triste, uma imposição violenta dentro da cidade, como uma ameaça constantemente presente.
Eu considerava o lado oeste (ocidental) como o “lado de fora”, porque os habitantes deste lado podiam transitar pelo mundo livremente, e chamava de “lado de dentro” a parte leste da cidade (oriental), porque os habitantes viviam sob o regime soviético, e principalmente ali em Berlim, viviam como encarcerados dentro da própria cidade, sem acesso ao lado de fora e sem a maior parte do conforto ou informações geradas do outro lado e afastadas deles pelo muro.

Os ocidentais e turistas podiam conseguir um visto de entrada mediante o pagamento de uma taxa “salgada” para visitar o Oriente, mas deviam retornar antes da meia noite impreterivelmente.

Eu e meu amigo Caíque Ferreira conseguimos os vistos e seguimos curiosos para o lado de dentro, tentando conhecer de perto aquela outra realidade, que podíamos sentir pulsando do outro lado do muro, seriamente vigiado por policiais armados e arames de cerca elétrica.

O lado de dentro era cinza, um cinza que parecia o de uma roupa que teve cor antes, mas que de tanto ser lavada, perdeu completamente a cor. As pessoas eram cinzas também, pareciam tristes, um pouco envergonhadas e amedrontadas, com uma sensação de ingenuidade, como se tivessem sido deixadas pra trás no tempo, marcadas por um fato que se deu sem o desejo delas. Tudo era mais pobre, mais feio, mais silencioso e mais sujo do lado de dentro. A cidade era a mesma, mas esse lado tinha sido “desbotado” e parecia esquecido pelo resto do mundo.

As pessoas dificilmente falavam inglês, e evitavam timidamente o contato com os que vinham de fora, claramente reconhecíveis por eles pelas roupas e o comportamento, talvez pela liberdade(?) de que pareciam usufruir.

Depois de tentar varias vezes fazer contato e nos comunicar com um “habitante de dentro”, conseguimos “fazer amizade” com um homem de uns 30 anos aproximadamente, que havia nascido ali e nunca havia estado em nenhum outro lugar. Digo “fazer amizade” porque no momento que esse cidadão conseguiu “confiar” e se comunicar num inglês decente conosco, era como se fossemos a tabua de salvação dele, a possibilidade dele de conhecer alguma coisa que não chegava nunca ali, nem pela televisão, nem por livros ou filmes, nem por produtos, roupas ou comida, porque toda e qualquer informação era selecionada, e a maior parte interditada.

Nessa época não havia internet, nem MSN, nem Orkut, nem Facebook...nos três ali nem imaginávamos que isso viria um dia a existir.

Esse homem que infelizmente não posso lembrar o nome, nos contava detalhadamente sobre como era viver ali. Nos descrevia suas sensações, seus desejos, suas inquietações e expectativas de forma minuciosa, com uma espécie de alegria e orgulho quase infantis. O mundo para ele sempre tinha sido aquele pedaço de cidade, fechada dentro dela mesma, e embora ele pudesse imaginar que existia uma diferença, o corpo não podia absorve-la, porque nunca tinha sido exposto a ela.

Lembro que sentamos os três de frente para o muro vigiado por dentro ainda mais rigidamente, a uma distancia considerável dele. Nosso novo amigo nos contava casos de pessoas que tentavam fugir, pular o muro para escapar, e como muitas dessas pessoas eram presas ou mortas.
Nos contava que as vezes tentava ouvir os sons do outro lado, e de como alguns se contentavam em espiar por cima do muro de cima dos prédios. Nos contou que aprendeu inglês por livros e revistas que eram atravessados clandestinamente, e fazia o possível para treinar a língua com os turistas que conhecia. Nos disse que achava que um dia iria poder sair e que mesmo vivendo separado do resto do mundo, era feliz ali.

Esse homem nos comoveu profundamente, pelo entusiasmo, pela simplicidade e talvez pela confiança incondicional na própria situação. Passeamos com ele, fomos a um bar gay que ele freqüentava - conversando mais especificamente sobre como era ser gay no Leste - e jantamos juntos. Em um momento escutamos uma sirene alarmante, e ele se apressou em nos levar quase correndo ao ponto mais próximo por onde podíamos atravessar de volta. Nos acenou de longe, do ponto limite onde era permitido para ele estar, de forma alegre e carinhosa, mas para nos parecia conformação e aceitação abnegada.

Poucos anos depois, no dia 11 de novembro de 1989, eu estava em Amsterdam quando estourou a noticia da queda do muro de Berlim. Lembro que pensei imediatamente no nosso amigo com uma emoção enorme. A televisão mostrava imagens comoventes, haviam fotos em todos os jornais do mundo, e eu recortei a imagem de capa do jornal holandês NRC e colei no meu diário de imagens, que guardo ate hoje, com aquela data histórica.

Nessa ocasião, Pina Bausch e a companhia de Wuppertal com quem eu havia recentemente estagiado, estavam nos preparativos finais para a estréia de um novo espetáculo. Como de costume, Pina preparava as cenas, movimentos e a dramaturgia das obras anteriormente, e so depois decidia sobre o cenario e o titulo daquilo que havia criado. Incorporou imediatamente a queda do muro nesse novo espetáculo, que veio a se chamar meses depois da estréia “Palermo,Palermo”.

A cortina se abria e víamos um muro enorme e massivo construído entre a platéia e o palco. Não havia musica, nem uma luz especial. Passavam se cinco minutos e nada acontecia, apenas o muro ali, inerte. O publico começava a se inquietar, se mexer nas cadeiras. Mas alguns minutos e nada, nenhuma mudança, nenhum sinal de que o espetáculo iria começar. Quando já estávamos chegando no limite da paciência, nos perguntando qual era o problema técnico que impedia o inicio do espetáculo, o muro desmorona completamente a nossa frente. Uma musica forte começa e uma mulher aparece correndo de salto altos por cima dos escombros, acompanhada de vários homens que pareciam tomar finalmente o mundo para si, trazendo seus pertences, mobílias, malas, animais de estimação, que acabam por se misturar a uma enorme quantidade de lixo que em poucos minutos invade o palco.

Os teóricos da contemporaneidade dizem que depois da queda do muro, o mundo perdeu a noção de “dentro e fora”, afirmando que agora não ha mais o outro lado, o outro ser humano, a outra situação, ou seja, estamos todos desprotegidos por esse não-limite, essa não-divisao, essa não-diferenca.

Esse ano o mundo comemora 20 anos dessa queda.
O muro agora esta partido em pedaços, destruído como que pelas mãos do povo, esburacado, pixado e grafitado com palavras de amor, ódio e esperanca, banalizado na paisagem da cidade de Berlim, mas sem indiferença e sem esquecimento, como um limite metafórico, uma fronteira que em algum lugar continua a existir entre os humanos, as relacoes e as políticas do mundo.

Meu amigo Caíque morreu alguns anos depois dessa queda, e eu nunca mais soube noticias do nosso amigo Oriental.

Mas passando agora a mão pelos restos do muro, o imaginei se divertindo nos bares de London, ou trabalhando na loja do Dolci e Gabanna de Paris, ou dando aulas de inglês em Tóquio, ou de ferias nas Bahamas com um namorado Sueco.
Passei mais algumas vezes a mão pelo muro do antigo lado leste da cidade. Desta vez para embaralhar as memórias, relativizar as emoções guardadas no limite de um corpo, e refrescar desejos de uma alegria mais sólida, mais potente e mais real para o mundo.


(escrito no IC 140 - Berlim Hbf - Amsterdam Centraal)